As turmas do PEJA I e do PEJA II da E. M. Calouste Gulbenkian, no dia 10 e 11 de abril, foram ao Teatro Maison de France assistir à peça "Camille e Rodin", de Franz Keppler com direção de Elias Andreatto, numa parceria entre as Secretarias de Cultura e de Educação da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Um texto primoroso, com excelentes interpretações de Leopoldo Pacheco e Melissa Vettore, contou a história de amor vivida pelos escultores franceses Camille Claudel e Auguste Rodin.
Nossos alunos, muito comportados, aguardaram o início do espetáculo no hall de acesso ao balcão do teatro.
Abaixo, podemos saber um pouco mais sobre o processo de criação da peça, através das palavras do autor, Franz Keppler:
"Fevereiro de 2011. Café
Athenas. Foi lá que ouvi a Melissa falar de seu projeto com o Léo
de fazer uma peça sobre Camille e Rodin. E no final da conversa,
veio o convite: você quer escrever essa peça? Impossível recusar.
Transpor para o a história destes dois grandes escultores franceses
era um desafio no mínimo apaixonante. Durante 09 meses mergulhei em
livros de arte, psicanálise, biografias, textos, cartas e documentos
até definir como contar essa história. E duas esculturas foram
fundamentais nessa decisão. A primeira delas: As Portas do Inferno.
As Portas do Inferno, Auguste Rodin |
Rodin havia acabado de receber a encomenda desta obra quando se deu
o primeiro encontro entre ele e Camille. Um encontro decisivo,
transformador e que impulsionaria o trabalho de ambos. Em
contraponto, uma porta que, quando aberta por Camille, a levaria ao
inferno em que viveria até sua morte trágica num asilo. A segunda
obra, esculpida por Camille, foi Clotho.
Clotho, Camille Claudel |
A imagem dessa velha gótica,
a mais jovem das moiras segundo a mitologia, tecendo a vida, me
trouxe a estrutura da narrativa: os dois, já velhos, já separados,
em tempos e espaços diferentes, tecendo suas histórias através da
memória, lembranças que se cruzam de modo não linear e que revelam
gradativamente detalhes de suas vidas, de suas obras, de seus
embates, ambiguidades e angústias, traçando paralelamente, um
panorama artístico e social do final do século XIX e início do
século XX.
Essa estrutura me permitiu inserir nos diálogos trechos
de entrevistas, críticas da época e cartas escritas por Camille e
Rodin, bem como conciliar a fidelidade dos acontecimentos à licença
poética tão necessária em obras como essa. Procurei também não
tecer julgamentos sobre os artistas ou sobre uma época. Deixo-os
para vocês, se é que é possível julgar dois grandes gênios
críticos que passaram suas vidas em busca de compreensão e
liberdade."
Veja a seguir obras de Rodin e Camille, citadas no espetáculo:
O Beijo, Auguste Rodin |
A Idade Madura, Camille Claudel |